Voltemos ao susto provocado por nossa entrada num lugar desconhecido cuja a estranheza nos gela antes que paulatinamente nos acostumemos a ele. A angústia provocada é suficiente para nos proteger, isto é, impedir esse processo de acostumamento?- Pode -se realmente falar em alteridade – quer seja apenas dita ou percebida- sem que o pensamento não sofra um só momento a provocação desse ato? Ora, habitualmente ele não é minimamente povoado. Ele pensa ” o outro” soberanamente, e passa ao exame de uma outra questão. no entanto, algumas vezes ele se deixa desamparar. Um dos nomes desse desamparo , é espanto. Mas o espanto nos volta para o rumo a esse momento em que o susto cede diante do ajuste de familiaridade, descobrindo outros vaus para a travessia, outras pegadas para a familiarização.
( Anne Dufourmantelle)
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